Mesmo estando numa relação, podemos sentir que nos falta alguma coisa – como se existisse um “vazio” que nunca sentimos ser preenchido. Acreditamos, de forma consciente ou não, que não teremos as nossas necessidades emocionais satisfeitas pelos outros. Este sentimento pode acompanhar-nos ao longo da vida, influenciando a forma como nos vemos, como nos relacionamos e como percebemos a (in)disponibilidade emocional das pessoas com quem estabelecemos essas relações (Young, 1990; Young, Klosko & Weishaar, 2003). A Privação Emocional assenta nesta convicção, de que as necessidades emocionais fundamentais (p.e. cuidado, empatia e proteção) não serão atendidas nas nossas relações afetivas. A pessoa sente que, inevitavelmente, não terá o afeto de que precisa, mesmo quando os outros se mostram presentes e emocionalmente envolvidos. Esta carência percebida pode resultar em padrões cognitivos, emocionais e comportamentais, que se mantêm ao longo do tempo e influenciam escolhas relaci...
Se já passou horas a rever o mesmo email antes de enviar, a ajustar o mínimo detalhe num relatório ou a adiar uma entrega porque “ainda não está suficientemente bom”, este texto é para si. Muitas vezes, esta atenção ao detalhe pode ser sinal de dedicação e profissionalismo. Porém, há alturas em que o que fazemos não é uma simples revisão com atenção antes de enviar um documento e sim várias leituras na tentativa de encontrar um erro ou uma forma de escrever a mesma coisa que pareça mais correta - levando-nos mais tempo em pequenos detalhes do que era suposto. Quando adicionamos a isto uma ativação emocional (por exemplo de medo, ansiedade ou culpa), podemos estar a deixar a produtividade e a entrar na esfera do perfecionismo. O perfecionismo pode ser enganador – faz-nos parecer responsáveis, empenhados e exigentes, para além de ser algo frequentemente reforçado a nível social. No entanto, o perfecionismo pode esconder várias coisas, entre elas a intolerância ao erro, o...