Avançar para o conteúdo principal

Mensagens

A mostrar mensagens com a etiqueta psicologia

Mudar de hábitos para viver com menos ansiedade

A ansiedade é frequentemente categorizada como uma emoção negativa, face ao desconforto da sua sintomatologia, mas é importante esclarecer que nenhuma das nossas emoções é negativa, todas elas cumprem uma função específica permitindo-nos viver e desenvolver-nos de forma saudável e segura. Podemos então dizer que a ansiedade é uma emoção normativa do ser humano, que pode ser experienciada em diversas situações e nos mais variados contextos, tendo como finalidade preparar-nos para lidar com situações desafiantes. Taquicardia, tensão muscular, náuseas, falta de ar, tonturas, preocupações e medos, dificuldades de concentração, oscilação do humor, alterações do sono e pensamentos negativos, são apenas alguns dos sintomas físicos e mentais produzidos pela ansiedade. Quando esta sintomatologia, aumenta em intensidade e frequência, pode comprometer negativamente as atividades do quotidiano, causando sofrimento emocional e/ou físico. Nestes casos, a procura de ajuda de um profissional de saúde,...

O valor terapêutico do Silêncio: pausas intencionais como estratégia para a promoção da Saúde Mental

Num mundo repleto de ruído – notificações constantes, excesso de informação nas redes sociais e a pressão para estar sempre ocupado(a) ou a alcançar objetivos – o silêncio pode parecer um luxo raro. Contudo, pausas intencionais de silêncio são uma ferramenta poderosa para cuidar da sua saúde mental. Neste artigo, exploro o que torna o silêncio tão transformador e partilhamos formas práticas de o incorporar no seu dia a dia. O silêncio, como ausência de ruído, proporciona vários benefícios ao nível do funcionamento psicológico e cognitivo: 1. Equilíbrio emocional e redução do stress : O silêncio diminui a sobrecarga sensorial e os níveis de cortisol, promovendo um estado de calma e ajudando a regular as emoções. 2. Melhoria da memória, atenção e criatividade : Sem distrações auditivas, o silêncio permite maior foco, estimula a consolidação da memória e aprendizagens, e favorece pensamentos criativos e soluções inovadoras. 3. Regeneração cerebral : O silêncio pode promover a neu...

O papel da literacia emocional na saúde Mental

Hoje em dia já se começa a ler ou ouvir a expressão “literacia emocional” com relativa frequência. Mas o que é, afinal? A literacia emocional é um conceito da Psicologia que se refere à capacidade de identificar, compreender, expressar e regular as emoções de forma saudável e eficaz. Desempenha um papel determinante no bem-estar psicológico, nas relações interpessoais e na capacidade de enfrentar os desafios da vida. Ao contrário do que muitos pensam, a literacia emocional vai além do simples reconhecimento das emoções: envolve a compreensão de como as emoções influenciam os pensamentos e comportamentos, bem como a capacidade de comunicar essas emoções de forma clara. Este conceito baseia-se em competências como: Perceção emocional: Identificar as próprias emoções e as emoções de outros. Compreensão emocional: Reconhecer as causas e consequências das emoções. Expressão emocional: Comunicar emoções de maneira apropriada. Regulação emocional: Gerir reações...

O meu filho está a ser vítima de bullying - e agora?

  Se é pai/mãe ou cuidador de uma criança ou adolescente e tem a suspeita que este corre o risco ou está a ser vítima de bullying, este artigo pode ser uma base de suporte e orientação para o que fazer: nele vai encontrar informações pertinentes para perceber o que é o bullying, que formas pode assumir, a que sinais deve estar atento e o que deve fazer em caso de suspeita ou confirmação.   O bullying é um comportamento agressivo e violento, levado a cabo por um ou mais indivíduos com a intenção de prejudicar, magoar ou controlar alguém. Distingue-se também pelo seu caráter repetitivo, podendo assumir várias formas:  verbal  (e.g., alcunhas pejorativas, ameaças, boatos);  físico  (e.g., empurrar, bater, cuspir, toques inapropriados);  psicológico  (e.g., exclusão social, humilhação pública);  material  (e.g., apropriação ou destruição de materiais e objetos da vítima) e  cyberbullying  (efetuado através das plataformas digitais ...

Porque falhamos a cumprir objetivos e como podemos mudar isso?

Cumprir objetivos é uma tarefa que, à primeira vista, parece simples: basta definir uma meta e trabalhar para alcançá-la. No entanto, muitas pessoas falham nesse processo, aparentemente simples, por várias razões. Identificar os fatores que dificultam o cumprimento de objetivos e implementar estratégias eficazes são passos essenciais para o sucesso, mas que, grande parte das vezes, é necessário a pessoa recorrer a um profissional para poder identificar essas falhas. Partilho consigo as razões mais comuns para falharmos no cumprimento dos nossos objetivos. 1.     Objetivos pouco claros ou irrealistas. Metas mal definidas ou excessivamente ambiciosas dificultam a ação. Por exemplo, um objetivo como "quero ser mais saudável" é vago e não oferece orientação clara. Por outro lado, estabelecer metas irrealistas, como "perder 10 kg numa semana", pode gerar frustração e abandono do processo. 2.     Falta de planeamento e organização. Não dividir os objetivos ...

Pensamentos obsessivos ou teimosia?

  Os pensamentos obsessivos e a teimosia são fenómenos psicológicos distintos, mas partilham algumas semelhanças. Deixo-lhe as principais diferenças entre os dois. Natureza e Origem Teimosia: É um traço de personalidade caracterizado por uma forte determinação em manter opiniões, crenças ou decisões. Muitas vezes, surge do desejo de afirmar independência, manter controlo ou resistir à influência externa. Pensamentos Obsessivos: É um sintoma de várias condições de saúde mental, como a perturbação obsessivo-compulsivo (POC). Os pensamentos obsessivos são intrusivos, indesejados e repetitivos, causando angústia à pessoa que os experimenta. Surgem tendo a ansiedade por base e podem ser completamente irracionais ou irreais. Vontade e Controlo Teimosia: Geralmente, os indivíduos teimosos estão cientes da sua posição/ opinião e escolhem mantê-la apesar da pressão externa. É uma decisão consciente de resistir à mudança. Pensamentos Obsessivos: Pessoas com pensamentos obsessivos sentem-se ...

Livro novo: Aumenta a tua produtividade

  Aumenta a tua produtividade: simplifica a tua vida e desenvolve a mestria na gestão do teu tempo é um livro de autoconhecimento que partilha estratégias de autogestão, com resultados efetivos. Nele encontras ferramentas, técnicas, exercícios de introspeção, dicas, matrizes e planilhas para que possas usar e testar a sua eficácia no teu dia a dia. A gestão de tempo tem muito mais impacto na nossa vida e no nosso bem-estar do que aparenta a uma primeira vista. Há muitas ramificações e interligações entre gestão de tempo, autoestima, identidade, propósito, objetivos, prioridades, qualidade de vida, liberdade, produtividade, independência financeira, sucesso, comunicação, regulação emocional e até saúde. Entender estas interconexões, ainda que levemente, é um passo importante na tua jornada. Com este livro, tens acesso a conhecimento técnico, de uma forma simplificada, que te irá ajudar a definir objetivos e a orientar a tua vida. Além disso, possibilita-te um melhor entendimento so...

Será que o ambiente circundante afeta a atenção e a memória das crianças?

No meu último artigo, abordei o papel que as cores podem ter nas nossas emoções, destacando a importância da Psicologia Ambiental. Inserido ainda na Psicologia Ambiental, hoje trago mais um assunto de potencial interesse para si: A influência que os elementos visuais do ambiente circundante podem ter na atenção e na memória das crianças em idade escolar, e por conseguinte, no seu desempenho académico. Se vos pedir para pensarem em salas de aula do 1º ciclo, certamente que se recordam de salas coloridas, com vários elementos visuais, como posters, desenhos, trabalhos dos alunos, esquemas, entre outros. Se por um lado o objetivo desses materiais é a estimulação do desenvolvimento cerebral das crianças e a consolidação das suas aprendizagens, por outro lado, de acordo com investigações recentes, esses elementos podem funcionar como distrações*. Para aguçar o vosso interesse sobre esta temática, destaco seguidamente um estudo da minha autoria. Em 2018, publiquei na Revista Científica...

A autoestima das nossas crianças – o que fazer para a promover?

A autoestima é complexa de definir e é um conceito que engloba o juízo de valor que fazemos relativamente a características que temos. Gostamos do que somos? Gostávamos de ser diferentes? Comparamo-nos com os outros e achamos que somos piores? Melhores? Que imagem gostamos de projetar para os outros? Como achamos que somos vistos? Como nos vemos a nós próprios?   Talvez mais importante do que tentar arranjar uma definição consensual, seja discutir o porquê de a autoestima ser um tópico importante de reflexão. Pode não parecer, mas neste conceito residem uma diversidade de constructos importantes para o nosso bem-estar, saúde e desenvolvimento. E claro, melhor do que trabalharmos nisto em adultos, é tentarmos incutir nas nossas crianças estas noções básicas de amor-próprio para que elas possam crescer num ambiente equilibrado, tornando-se adultos plenos e capacitados.  Uma boa autoestima permite às nossas crianças expressarem-se de forma saudável, aprenderem a cuidar ...

A ameaça através do medo: como lidar com os efeitos da guerra

O medo é uma das emoções universais e surge perante a ameaça de dano, seja físico, emocional ou psicológico, real ou imaginário. Embora tradicionalmente seja considerado uma emoção “negativa”, o medo desempenha, na verdade, um papel importante na nossa segurança, preparando-nos para lidar com o perigo potencial.  Existem vários níveis de medo, sendo eles distinguidos em termos de intensidade, de tempo, e de estratégias de enfrentamento. Todavia, em todos os níveis de medo, devemos concentrar-nos em perceber quais as ações, se as houver, que podem ser tomadas para reduzir ou eliminar a ameaça. Quando somos capazes de lidar com a ameaça, isso diminui ou elimina a experiência de medo. Alternativamente, quando nos sentimos impotentes para lidar com a ameaça, isso intensifica o medo. Apesar de existirem vários gatilhos de medo (e.g., escuridão, alturas, rejeição, animais perigosos, morte), irei focar-me, para o propósito deste artigo, no medo da guerra, atendendo à realidade que estamos...